quinta-feira, 4 de julho de 2013

Blind Faith - Blind Faith (1969)

Blues Rock | Clássico | Experimental (?) | Clapton & Baker

Disco 1:
1 - Had To Cry Today
2 - Can't Find My Way Home
3 - Well All Right
4 - Presence Of The Lord
5 - Sea Of Joy
6 - Do What You Like
7 - Sleeping In The Ground
8 - Can't Find My Way Home
9 - Acoustic Jam  [Bonus Track]
10 - Time Winds  [Bonus Track]
11 - Sleeping In The Ground #2

Disco 2:
1 - Jam No.1: ''Very Long & Good J
2 - Jam No.2: ''Slow Jam #1''
3 - Jam No.3: ''Change Of Address
4 - Jam No.4: ''Slow Jam #2''

       Para ler o resto do post, já deixo aqui um vídeo do Blind Faith tocando ao vivo em 69, na Inglaterra. Sintam-se a vontade para assistir o show inteiro (que é MUITO BOM!). Tem um videozinho falando sobre a banda no começo, então pulem para os 11 minutos que é aonde começa o som. 



       Olá Taverneiros! Desculpem pela demora a postar algo por aqui, é que fim de semestre na faculdade é foda. Vou postar rapidinho aqui hoje porque estou apaixonado, simplesmente, pelo meu baixo. Ando aprendendo a tocar umas linhas deliciosas no baixo e mês que vem a minha banda de funk finalmente vai sair, haha! Eu falei para o Tito postar algo por aqui, mas amanhã ele viaja pra Europa e só volta no fim do mês, então vou ter que abastecer melhor o conteúdo desse nosso querido blog.

       A verdade é que eu não iria resenhar esse álbum, o Tito iria, mas como já faz quase um mês desde a última postagem e ele viajou, resolvi escrever sobre esse álbum que é, sonoramente, um pedacinho da bunda de jesus. Vocês lembram do Wheels Of Fire, do Cream, que resenhei mês passado? Então, seguindo a mesma linha de som, apresento-lhes o Blind Faith, que era uma parada que eu não tinha conhecido até conhecer o Cream. Sim, eu  era um n00b nesse assunto até começar a gostar e conhecer de verdade. Blind Faith nasceu pelo acaso. Clapton convidou Steve Winwood (Traffic, The Spencer Davis Group, participações com Howling Wolf e altas galera) pra fazer umas jams na casa dele, só de zueira mesmo. Ginger Baker ficou sabendo da brincadeira dos dois e resolveu entrar, o que deixou Clapton meio relutante, já que com Baker ele tinha uma longa história no Cream e "aquilo ali" que eles estavam fazendo era uma reunião entre amigos. Mas por insistência dos dois, Baker entrou e juntos começaram a gravar umas parada la na casa do Clapton. Com a evolução dos ensaios, sentiram a necessidade de um baixista e chamaram Rick Grech, do Family, pra tocar com eles.

O avião do cover do álbum, no teclado de Winwood, no show no Hyde Park.

       A notícia de que esses 4 caras estavam tocando juntos vazou e, claro, houve uma expectativa imensa em cima do que seria lançado para o público. Inicialmente Clapton não queria lançar nada, apenas gravar seus jams e ficar de boa, só que todos acharam melhor o lançamento de um único, definitivo e epônimo álbum. Eis então que nasce o primeiro e único disco do que seria o primeiro supergrupo da história (se Cream não contar, né). O álbum teve a capa censurada nos EUA e lançada com a fotografia de Bob Seidemann na Inglaterra, que tem uma história curiosa sobre essa capa: Clapton encomendou uma capa para seu novo álbum e Seidemann disse que precisaria de uma garota virgem para fotografar junto a uma miniatura de um avião futurista recoberto da cor prata (embaladíssimo pela era espacial de 1969). Nem Clapton nem ele conheciam alguma garota virgem, ainda mais nessa altura da revolução sexual. Reza a lenda que Seidemann andava pelo metrô e viu uma garota de 13 anos usando uma roupa colegial, chegou para ela e entregou seu cartão e pediu para ela contactar ele pois ele queria fazer uma sessão de fotografia para uma "famosa banda de rock". A garota gostou da ideia e marcou um encontro de Seidemann com seus pais, que concordaram com a ideia (diz-se que os pais da garota eram amigos do Allen Ginsberg). Seidemann achava que a garota já era muito velha para o conceito que queria abordar na fotografia mas, a irmã dela, com apenas onze anos de idade, era perfeita para a capa do álbum. Seidemann batizou a foto de Blind Faith e enviou para Clapton, que adorou a ideia e aproveitou o nome para a banda. A gravadora, Atlantic, recusou a capa quando apresentaram a arte final mas Clapton, relutante, disse: "Sem capa, sem disco". O resultado: quase um milhão de cópias na Inglaterra com a capa original, sendo que lançaram uma versão tosca e censurada de uma foto dos 4 músicas reunidos para a versão da capa norte americana. Aqui no Brasil, o álbum só chegou com a capa original na década de 80. Quem quiser dar uma conferida na história do próprio Bob Seidemann sobre essa capa, confiram no site oficial dele: http://www.bobseidemann.com/blind_faith_doc.html


Capa lançada nos EUA

       O álbum lançado originalmente tinha apenas quatro músicas no lado A e duas no lado B, sendo que "Do What You Like" (composta por baker) tem 15 minutos. Todas as outras músicas são gravações avulsas de excelente qualidade selecionadas pelos próprios músicos, que foram lançadas numa versão de luxo posteriormente. É um lindo disco, de verdade. Muito bem arranjado e produzido. Foi marcado, no lançamento e até hoje, pelas faixas "Presence Of The Lord" e "Can't Find My Way Home". Essa última foi tão foda que até o nosso ex-ministro e músico fodão da tropicália Gilberto Gil gravou uma versão no disco de 71 dele. "Presence Of The Lord" tem um solo violentíssimo rechado de wah-wah, um exibicionismo puro da virtuosidade e improviso do Clapton de encaixar um solo em QUALQUER COISA. 

       O disco 2 são quatro jams de aproximadamente 15 minutos cada uma. Paciência ao ouvir essas faixas, são longas e com muitos detalhes. Os improvisos são sensacionais, ora uma base de blues calma, ora um solo de teclado do meio do nada e, claro, uma guitarra violenta do Clapton descendo dos céus. É isso ai então, gente, espero que os que não conheçam comecem a gostar e quem já conhece ouça um pouquinho mais desse relicário musical. Coloquei um arquivo um pouquinho grande, mas sem choro porque a qualidade tá impecável, tudo bem? Haha! Abraço!

Download - 341MB

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