domingo, 28 de julho de 2013

Tim Maia - 1970


MPB | Soul | Groove | Épico | Funk | Deus

1 - Corone Antonio Bento
2 - Cristina
3 - Jurema
4 - Padre Cicero
5 - Flamengo
6 - Voce Fingiu
7 - Eu Amo Você
8 - Primavera (Vai Chuva)
9 - Risos
10 - Azul da Cor do Mar
11 - Cristina Nr. 2
12 - Tributo a Booker Pittman

Bônus:
13 - These Are The Songs (Bônus)
14 - Sentimento - Compacto 68
15 - Meu País - Compacto 68 CBS
16 - What You Want To Bet
17 - These Are The Songs


     Olá meus jovens! Estou aqui novamente pelo ânimo de trazer coisas novas aos seus ouvidos! Hoje lhes apresento o primeiro longplay do mestre Tim, o que transformou o seu nome em um mito e rendeu um dos melhores álbuns da história do mundo. Pra começar, vamos ouvir:



     Tito volta essa semana e nossa banda de funk finalmente vai ser encaminhada pra o SUCESSO. Muitas das coisas que pretendemos tocar são canções do Tim Maia. Obviamente que eu, sendo o baixista de uma banda de funk (puta responsabilidade, podemos dizer) piro nas linhas de baixo de muitas musicas do Tim Maia e confesso que essa postagem aqui na Taverna é uma das tentativas de forçar a minha banda a tocar mais músicas dele, hehe. Ele começava a compor suas músicas pelo baixo, o que realmente conseguimos perceber pelo destaque que o baixo tem em relação aos outros instrumentos. Esse álbum aqui é uma das pérolas musicais que eu guardo no fundo da minha alma, um daqueles discos que a gente ama de coração e não consegue abandonar ele independente do que aconteça.

     Tim Maia passou um tempo nos EUA absorvendo as influências dos verdadeiros soul e funk americanos, tentando gravar algumas coisas por lá, porém nunca conseguiu algo de concreto... Mas quando voltou para o Brasil foi indicado pelos Mutantes a gravar com a Polydor, selo da antiga gravadora Polygram. Foi um álbum com uma das melhores repercussões da história: 24 semanas consecutivas no topo das listas do Rio de Janeiro. Foi um dos álbuns mais vendidos no ano seguinte ao seu lançamento (competindo com lançamentos pesadíssimos de 1971). Posso garantir pra vocês que não é sem motivo que esse disco foi um sucesso, pois para um álbum de estréia, o nome TIM MAIA explodiu por todo o país através da qualidade sem precedentes de um Soul/Baião/Funk/MPB que ninguém aqui na terra tupiniquim tinha ouvido antes.



     Existe o mito de que quando esse disco foi gravado, ele passou por um processo chamado "envernização cremosa", aonde todas as notas gravadas são processadas por uma camada de CREMOSIDADE, dando uma textura única ao som, porque não é possível... Em toda a minha vida eu nunca ouvi um disco que tivesse um timbre tão único quanto esse. É tocar qualquer pedaço de qualquer música desse disco que você pode identificar, sem sombra de dúvidas, que se trata do primeiro disco do Tim Maia. É uma textura sonora muito difícil de explicar, de verdade... É como se esse disco fosse TODDYNHO e todos os outros fossem qualquer chocolate de caixinha que se vende por ai: são gostosos, mas o Toddynho tem alguma coisa especial que ninguém sabe direito o que é. É exatamente isso que acontece nesse disco.

     Esse disco tem quatro composições do mestre Cassiano, sendo que "Primavera (Vai Chuva)" é a mais famosa delas. Essa canção ficou tão famosa na voz de Tim Maia que Cassiano conseguiu verba suficiente, somente com os direitos autorais dessa música, pra poder financiar todo o seu disco de 73: Apresentamos o Nosso Cassiano. O álbum já abre com uma das músicas mais pauleras do disco, "Corone Antonio Bento", que é uma mistura de baião com funk que te chama a dançar. "Cristina" tem um groove pesadíssimo, mas é mais violento ainda na segunda versão da música, penúltima faixa do disco. Uma das minhas paixões nesse disco é a faixa "Flamengo", composta por Tim Maia. Tudo bem que a letra não é lá muito criativa, mas o groove é constante e imutável, dando uma vontade de dançar ou torcer pelo Flamengo. "Eu Amo Você" é, sem dúvidas, uma das músicas mais bonitas do disco: melancólica até não poder mais, sofrida de coração. Uma daquelas confissões amorosas narradas por Tim Maia que puxam, mais do que o necessário, o Soul verdadeiro que existe em sua voz. "Azul da Cor do Mar" foi o maior sucesso do disco, sendo composição própria dele. Separo também "Tributo a Booker Pittman", que é o único jazz e uma das minhas canções preferidas de todo o disco, com uma linha de baixo de chorar, uma linda letra e uma harmonia entre os instrumentos que fica até difícil de explicar.



     Coloquei alguns bônus de gravação pra vocês ouvirem também. Uma versão gravada por Tim Maia e Elis Regina da música "These Are The Songs". É um belíssimo dueto, contrastando a voz gravíssima de Tim e a suavidade da voz de Elis. Algumas músicas do compacto de 68 de Tim, uma das poucas gravações antes deste álbum de lançamento e mais uma versão de "These Are The Songs", dessa vez cantada apenas por ele. Não perca tempo leia o livro O Universo Em Desencanto e baixe logo esse álbum que deveria ser uma das 7 maravilhas musicais brasileiras. Ouçam e comentem! Abraços!

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3 comentários:

  1. Aliás, o método de gravação do Tim Maia muitas vezes consistia nele sentado ao lado de um músico fazendo os batuques e barulhos que ele buscava para a música até que a melodia fosse da maneira que ele queria.

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  2. muito foda esse disco! valeu!

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