quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Junior Kimbrough - Sad Days, Lonely Nights

Junior Kimbrough | Blues | Blues Rock | Feeling | Tiozão | Parece meu vizinho

  1. Sad Days Lonely Nights
  2. Lonesome In My Home
  3. Lord, Have Mercy On Me
  4. Crawling King Snake
  5. My Mind Is Rambling
  6. Leaving In The Morning
  7. Old Black Mattie
  8. I'm In Love
  9. Pull Your Clothes Off
  10. I'm Gonna Have to Leave here
  11. Sad Days Lonely Nights

A Taverna voltou! E eu também! Não foi só o Daniel. Passamos por momentos apertados, que nos fizeram abrir mão do blog por um tempo, MAS, agora, que estamos em momentos MAIS APERTANDOS AINDA resolvemos voltar! Sim, eu trabalho e estudo e ele também. Mas vamos dar um jeito de encaixar pelo menos uma postagem por semana pra poder disseminar nosso gosto musical via web. NESSES TEMPOS difíceis, onde SOPA, não é de comer e PIPA não é de empinar, temos que tomar cuidado com os links que postamos e com links defeituosos então qualquer problema que der, não se preocupe que a gente dá um jeito (ou não). O importante é que tamo e vamo postar CDs legais pra ouvir.

Eu vou começar com esse do Junior Kimbrough, que me é de muito agrado, e vai ser de bom agrado pra quem é fã de um bom blues. Vou contar sobre o cara: David "Junior" Kimbrough nasceu em Hudsonville, Mississipi em 1930, e viveu sua vida toda no norte do estado. Gravou com o selo Fat Possum, que era conhecido por ser o mesmo do R.L. Burnside, que é mais famosinho que ele. Eles até gravaram algumas coisas juntas. Ele gravou algumas coisas em 1966 mas num deu muito certo, então ele deixou pra lá. Viu que num era pra ele. MAS AI em 1992, a Fat Possum puxou ele pra perto e gravou cerca de 6 discos com ele, até 1998, quando ele morreu de ataque cardíaco aos 67 anos.

Junior, em 92, junto com os discos, ele abriu um bar de blues na cidade de Chulahome, Mississipi e tocava lá sempre, o que atraía gente do mundo inteiro. Keith Richards, Iggy Pop, ie os caras do U2 são alguns que foram até o bar pra conferir o Junior tocar. Depois da morte dele, os filhos dele até continuaram a manter o bar, mas em 2000, o bar pegou um fogo violento e deixou de existir.

Mas agora, pra descrever o som do cara é assim: São músicas, de pegadas blues repetitivas, que sempre seguem riffs marcantes de guitarra e muito feeling na voz de um blueseiro velho. Lembrando que nesse disco ele tinha 63 anos. Mas é LINDO. O som é bem hipnótico, e os riffs que usam batidas curtas e sincopações entre notas graves e agudas, fazem o som dele único.

Cê vê esse cara na rua, nem acredita que é um blues man. Parece meu vizinho.

O disco que eu escolhi foi o Sad Days, Lonely Nights, por quê tem minha música preferida dele: "Lord, Have Mercy On Me", que é um massacrante blues de 9 minutos de existência implorável por misericórdia. Nesse CD tem duas versões da música "Sad Days Lonely Nights" pra ressaltar que os dias são tristes e as noites são solitárias. O que vai muito bem com as músicas dele. Agora imagina ir no "Junior's Place" e ver o cara destrinchar aquela guitarra velha, tirando o som impossível do possível, fazendo o suor descer mais rápido que a batida da caixa, enquanto os urros de dor e misericórdia, passam diante do bar escuro, e você só ele naquela luz de palco.
Dá vontade de dançar. Dá vontade de gritar. Dá vontade de tocar. Isso é Junior Kimbrough.


Uma banda que tá em alta hoje em dia, se declara os maiores fãs de Junior. Este são THE BLACK KEYS. Banda que eu particularmente amo. Eles são tão fãs do cara, que eles gravaram um EP em homenagem ao Junior, só com músicas dele, em versão garage blues rock. QUE É LINDO TBM. Até a viúva do Junior gostou do EP do Black Keys. Ela fala que eles dois são os únicos que conseguem tocar com emoção igual a que o Junior tocava. Coisa linda de deus.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Constantina - Haveno

Instrumental | Alternative | Experimental | Post Rock (?) | AWESOME!

1 - Monte Roraima
2 - Imobilidade Tônica
3 - Bagagem Extra
4 - Azul Marinho
5 - Pequenas Embarcações
6 - Juan, El Marinero
7 -Benjamin Guimarães


Como podem bem ver, estou empolgadíssimo com a volta do blog. Sempre que dá estou conferindo a quantidade de visitantes que estão vindo e a taxa de downloads que estão acontecendo aqui. E toda vez que entro na Taverna, fico chateado pelo fato de Guachass e GY!BE terem sidos postados em março do ano passado, que quero mudar essa página daqui logo e colocar coisas novas para vocês conferirem. Aproveitando que estou de férias, vou abusar desse site e sempre postar algo novo, sem, é claro, acabar com o estoque de sons inéditos para vocês.

Falando em inédito, acho que este disco que estou a resenhar aqui nem é novidade para tantas pessoas, pois Constantina está ganhando grande relevância no âmbito da música independente brasileira, principalmente no quesito instrumental. Além do mais, esse não é o primeiro disco deles que posto aqui, pois dois anos atrás estive num show deles juntamente com a banda ruído/mm e fui obrigado a resenhar o álbum de estreia deles (pode acessar clicando aqui). Além do mais, a banda é de Belo Horizonte, cidade aonde moro. Sendo assim, chato pra caramba como sou, espalhei o som dos caras pra todos meus amigos e conhecidos.


Cinco meses atrás eu participei de um dos shows mais incríveis da minha vida, numa colaboração entre Constantina e Labirinto, banda de post-rock instrumental de São Paulo. O show ocorreu no festival Pequenas Sessões, que é organizado por iniciativa própria do Constantina. Neste show, os músicos tocaram, na íntegra, o disco novo deles: Haveno. Desde então, fiquei com um fascínio que crescia a cada dia em relação ao entorto do disco. Até que então, algumas semanas atrás, fiquei sabendo que a banda irá tocar no festival do Verão de Arte Contemporânea, no dia 24, aqui em Belo Horizonte. A notícia me empolgou muito e, com a volta do blog, fiquei na dúvida entre resenhar este disco antes ou depois do show. Depois de pensar um pouco, fui pelo impulso e resolvi escrever aqui agora, antes do show, pois talvez eu consiga convencer alguém de largar a bunda da cadeira do computador e ir curtir uma boa música.

Antes de falar do disco, vem a banda... E nada melhor do que a própria banda falando dela mesma, não é? No site oficial deles, vem o seguinte:


"Constantina nasceu em 2003, de um desejo de fazer uma música que pudesse tocar as pessoas.
Somos uma banda instrumental interessada em criar músicas sem nos preocuparmos com rótulos. Nossa música é sincera e minimalista; as guitarras são usadas de forma inteligente, e costumam vir acompanhadas de delicadas interferências eletrônicas. Com influências que vão do pão de queijo aos caboclos de lança, o Constantina gosta dos regionalismos brasileiros e acha que música e imagens dão um bom casamento. Esse diálogo músico-visual sempre transparece na produção de todos os nossos trabalhos.

"



Com quatro álbuns lançados e uma gravação ao vivo com os caras do COLORIR, a sonoridade de Constantina transita distintamente entre um disco e outro, marcando fatores fundamentais para a compreensão do som da banda. As performances ao vivo são aliadas com imagens e vídeos que dialogam com a musicalidade dos integrantes. Além de tudo, várias curiosidades se tornam atrativas ao conhecer a banda, como o fato de que os instrumentos se alternam entre os integrantes e que o improviso é uma carta na manga sempre presente no leque de sons de Constantina.


Postais que vem juntos com o disco, com imagens e frases. Um pra cada música.


Haveno é um nome retirado do Esperanto, significando porto, abrigo. É um trabalho completo, desde a composição musical, a parte visual do trabalho físico e até mesmo na divulgação da obra. A banda criou um site com toda a temática do disco, com composições gráficas e desenhos intrinsecamente relacionados com o que Haveno trás. Na época da composição das músicas, estas eram upadas para o site oficial da banda após a gravação definitiva da faixa. Além do CD e do encarte com acabamento impecável, foram lançadas também camisas, posteres, e cartões-postais. Recentemente, Constantina enviou adesivos gratuitamente para todos os fans, agradecendo o suporte e retribuindo, de forma especial e singela, todo o favor que fizeram nesses nove anos de caminhada.

Este álbum é, ouso dizer, uma das maiores obras primas da música nacional nestes últimos anos. Posso facilmente dizer que é um dos discos nacionais mais bem trabalhados da década e, talvez, o mais completo do ano de 2011. Com sete faixas, Haveno representa o que ele é: um porto, um abrigo. É uma estaca fixa na música, é harmônico e contínuo. Ele segue uma ideia, ele é um som apenas. Tráz diversos ritmos e culturas em forma de poesia cantada, trás saudade e nostalgia. No todo, é uma composição única, seguindo um tema bem claro sem, ao mesmo tempo, deixar de ser tocante. É cru e transparente, não omite nada e não se finge de outra coisa. Barulhista me perdoe, mas este disco aqui também quer ser um abraço, rs.




Um trompete preguiçoso e distante dá início ao disco, em Monte Roraima. A primeira vez que ouvi essa música, foi num show que houve na Praça do Papa, onde Constantina tocou com Wado. Naquela versão, Wado incluiu letras na música, o que me distraiu um pouco e me deixou meio alheio à parte instrumental, mas mantendo o âmago da canção intocado. Com um ritmo bem característico e uma melodia instigante, Monta Roraima segue em seus sete minutos com apito, trompete e vibrafone, guiados pela bateria de Daniel Nunes. Seguindo o curso, Imobilidade Tônica começa na bateria e termina no trompete, passando por inusitadas mudanças de ritmo, um baixo marcante e, não menos importantes, as palmas no momento em que as duas guitarras dividem o mesmo espaço, criando um ambiente totalmente único, especial.

Bagagem Extra foi a música que me fez apaixonar por Constantina. Eu fico sem palavras pra descrever o quão incrível ela é. Ao meu ver, ela passa por cinco momentos: O início harmônico, habitado por uma bateria eletrônica dividindo espaço com vibrafone, guitarras e baixo. O segundo momento é a desconstrução total, aonde a bateria se liberta juntamente com o bongô e dá espaço para o baixo destruir tudo. Após isso, o instrumental se consolida ao terceiro momento, mostrando uma textura carinhosa, dócil, aonde a harmonia dos instrumentos se divide sabiamente entre notas no vibrafone alternadas com uma guitarra. Após metade da música, há um momento de fôlego criado por apenas uma guitarra, para assim termos ouvidos para digerir o fim da composição. O último momento é um crescendo que poderá te lembrar de melodias antigas, nostálgicas e infantis, mas que vai engordando ao longo dos segundos e, por mim, explode em uma harmonia épica, repleta de vivacidade, para terminar em uma desconstrução de trompetes caóticos, alertas. Ao vivo, a banda transpõe as formalidades de estúdio e convida a todos para cantarolar essa música, dando vida a outra percepção.


Azul Marinho é calma como o mar, daqueles sem ondas por causa dos recifes distantes. Costurado por uma guitarra mergulhada no trêmolo, divide espaço com a melodia marcante do vibrafone e dos trompetes. Pequenas Embarcações é única que possui um violão, mantendo-o por toda a música, sendo intercalado por delicadas interferências eletrônicas, ganha título de uma das músicas mais calmas que já ouvi. A sexta faixa é a que possui a maior textura eletrônica de todo o disco, mas não deixa de exprimir um som orgânico e único. Por fim, fechando com chave de ouro, encontramos Benjamin Guimarães. É uma de minhas preferidas. Começa suave, na calma de uma guitarra um pouco saturada, dando espaço a minutos de harmonia perfeita entre bateria, guitarras, vibrafone e bateria. Mas apesar de tanta letra aqui em cima, a experiência se resume a ouvir o disco.

Para quem quiser saber mais sobre a banda, pode conferir no fim da postagem o link para o site oficial, aonde você pode ouvir as músicas separadas e baixa-las gratuitamente. No site oficial é possível, também, adquirir os posteres, postais e comprar o disco físico que, digo, vale muito a pena! Espero que gostem e que tenham paciência com Haveno, pois é algo que começa pequeno e que, como o próprio nome diz, se torna um abrigo para nossos ouvidos. E como diria Daniel Nunes: SARAVÁ!




sábado, 21 de janeiro de 2012

Quarto Negro - Desconocidos

Alternative Rock | Indie | WE'RE FUCKING BACK

1 - Luz
2 - Nosso primeiro divórcio
3 - Prometeu ao santo
4 - Quando o mar não vem
5 - Socorro
6 - Llucmajor
7 - Do medo ao medo
8 - Vesânia I (Cabo Horn)
9 - Vesânia II (Delírio mútuo)
10 - Perfume solto
11 - Desconocidos

HOLA AMIGOS! Depois de dez meses com a Taverna abandonada, estou voltando com toda a força a bota-la em movimento! Chega de mesas vazias e copos empoeirados, pois o blog está voltando (apesar de que, apenas eu estou aqui) à atividade e teremos resenhas sempre que possível, ao mínimo semanais! Nessas primeiras semanas, estarei conferindo e re-upando todos os links quebrados e deletados pela nossa querida amiga DMCA, que gosta de mandar pra baixo várias postagens e seus respectivos links para download. Mas não temas porque a vontade (muito egoista, haha) de disseminar meu gosto musical para meus caros leitores foi maior que a preguiça e agora estou com a bunda nessa cadeira, faltando quatro horas para eu acordar para ir trabalhar, apenas fazendo o que me deu vontade: A TAVERNA!

Inicialmente peço desculpas a todo mundo que voltava aqui para conferir se existia algo novo, mas este longo tempo de hiato foi necessário de diversas formas para mim. Foi um crescimento pessoal e espiritual que agora me ajuda a ser quem eu sou. Meu tempo de faculdade ainda está em continuação e estou com um emprego fixo, o que dificulta a maior elaboração das resenhas na Taverna pela falta de tempo, mas vou conseguir algumas horinhas para preparar os textos que enchem as páginas deste blog (mas aposto que vou apanhar horrores para o HTML depois de tanto tempo sem mexer nele). Agora chega de bate papo e vamos ao que importa!

Estava eu aqui, nas minhas férias da faculdade, travando uma guerrinha microscópica de star wars com as bolinhas de sujeira em meu umbigo, quando nosso companheiro Heitor, que já contribuiu para postagens aqui no blog, me chamou pela internet e me perguntou se eu conhecia esta tal banda, Quarto Negro. Eu nunca tinha ouvido falar e pelo tom da conversa do Heitor, que ousou dizer que nunca ouvira algo nacional de tamanha qualidade, julguei que realmente deveria ser algo incrível. Para exemplificar do que ele estava dizendo, ele me mandou o vídeo de uma música deles, que é esta:


OK. A sua reação foi igual à minha? A ponto de ficar sem voz tanto pela qualidade música, quanto pela qualidade da fotografia do clipe ou bela beleza sem limites dessa ruiva? Se reagiu assim ou passou por algo perto disso, então continue lendo isso aqui porque isso aí é apenas 1/11 do disco.

Quarto Negro foi formado em 2008, como um projeto solo de um dos ex-integrantes da banda Ludovic. Em dois anos o som foi consolidando-se e os quatro músicos passaram por uma viagem pela Europa, absorvendo influências essenciais para a criação do long play "Desconocidos", lançado em 11 de Setembro de 2011. Este disco foi gravado no verão de 2010 em Barcelona, trazendo elementos ainda não experimentados pela banda. Exilados em estado de profusão musical, os músicos permaneceram trancafiados para a composição e gravação das canções escutadas neste disco.



Quando ouvi a primeira música, já comecei achar que era ZOEIRA o som dos caras. Que não era possível a existência de um som desses que eu não tinha ouvido. Aí vinha aquela voz na minha cabeça: "POR QUE DIABOS NÃO OUVI ISSO ANTES?!?". Fiquei em uma imersão neste disco por aproximadamente duas semanas. Só ouvia ele e dava atenção a ele. É uma obra prima pra ser o debut de uma banda que tem apenas quatro anos. E o melhor de tudo: os caras disponibilizam o disco para download gratuito.

Desconocidos possui onze faixas, aonde destaco algumas realmente marcantes. A primeira faixa, "Luz", é um murro no meio da cara. Um peso forte, contrastando com uma voz arrastada em um piano melancólico, enquanto a bateria não abre mão de fortes golpes nos pratos, sem contar nas sonoridades aplicadas num efeito de delay reverso, daquele tipo muito rápido, que lembra alguns sons que Hendrix conseguia em algumas músicas. "Llucmajor" foi a segunda faixa que ouvi através da recomendação do Heitor. Continuam com o piano bem presente desde o início do disco até o fim, mas nesta o piano fica em segundo plano e abre o espaço para o violino, o violão e o trompete. Além do mais, há quebras de tempo surpreendentes e repentinas, que me despertaram da catarse que é o início dessa música. "Vesânia II (Delírio mútuo)", evito até comentar pelo fato de vocês já terem ouvido lá em cima. "Perfume solto" ficou como uma das minhas prediletas pela sua simplicidade e elegância. É suave e leve, com um dedilhado no violão acompanhado de notas soltas no piano e à voz também quase que arrastada, cantando uma das mais belas letras do disco.




No mais, o disco se resume à experiência de ouvi-lo com calma e deixar ser absorvido pela beleza dele. Além disso, não posso deixar de citar o trabalho INCRÍVEL que foram as fotografias e filmagem de Chill Photographie em um portfólio exclusivo para o álbum Desconocidos. Como sou leigo demais nesse assunto, deixarei nos links o trabalho na íntegra juntamente com a letra de cada música. Agora, chega de enrolação, pague logo este disco com um tweet e aproveite! Saravá!






sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A Taverna Voltará!

Aguardem!