quinta-feira, 24 de outubro de 2013

B.B. King - Live At The Regal


Blues | Clássico | Feeling | Deus

1 - Every Day I Have The Blues

2 - Sweet Little Angel
3 - It's My Own Fault
4 - How Blue Can You Get
5 - Please Love Me
6 - You Upset Me Baby
7 - Worry, Worry
8 - Woke Up This Morning (My Baby's Gone)
9 - You Done Lost Your Good Thing Now
10 - Help The Poor



Boa noite Taverneiros! Como andam vocês?
Ando sumido, não? Confesso que tô até com vergonha de voltar aqui quase um mês depois da última postagem, mas confesso, também, que ando meio complicado em várias situações. Meu tempo tá curtíssimo, estou estudando e trabalhando como um escravo e passei, recentemente, por um término de namoro complicado. Acabou que a Taverna voltou para o segundo plano na minha lista de prioridades, já que ando entusiasmando também com a banda que, juro pra vocês, o som tá ficando EXCELENTE. Conseguimos um tecladista MUITO virtuoso e fomos ensaiar nesse sábado com ele num sítio próximo aqui de Belo Horizonte. O som foi sensacional, muito mais do que eu esperava. Conseguimos mandar várias músicas que estão no nosso repertório e, além disso, rolaram vááárias jams aonde todo mundo improvisou e o som fluiu naturalmente. A gente vai começar a ensaiar mais toda semana e provavelmente daqui um mês já teremos alguma coisa gravada em áudio de qualidade.



Mas vamos ao que interessa! Desde a última resenha que fiz aqui na Taverna, eu continuei ouvindo Cream sem parar, haha. Porém eu acabei entrando numa bad total na semana passada e precisei me afundar em alguma coisa menos virtuosa. Foi daí que o Tito me emprestou esse disco. O que eu conhecia de B.B. King era a maioria de discos gravados em estúdio e muita pouca coisa ao vivo. Eu já até tinha esse disco baixado, porém nunca tinha dado uma devida atenção à ele. Há algumas semanas eu fiz uma viagem pra Lapinha da Serra, aqui perto de Belo Horizonte, e passamos três dias ouvindo só blues. B.B.King, Albert King, Howlin' Wolf, etc... Eis que então eu entro no meu carro, coloco esse disco pra tocar e simplesmente entro numa viagem distante, aonde o Blues parece ser o sentido de tudo, ainda mais na voz do rei do blues.

O mais tocante do B.B King não é o fato que ele toca pra caralho (te juro!) e nem o fato de que ele canta mais ainda, mas sim a presença que ele tem no palco. A força que o espírito dele tem quando você o vê em pé num palco, segurando sua queria Lucille semi-acústica preta e cantarolando com um timbre inexplicável, contando histórias e piadas pra o público e do nada gritando tanto na voz quanto na guitarra... Uau! Ouvi esse disco pelo menos umas trinta vezes nessa última semana e já decorei até os gritos da plateia a cada bend mais singular que ele fazia em palco. A energia do rei do blues é mais do que contagiante, é infecciosa. Todo mundo naquele lugar devia estar se sentido, no mínimo, iluminados. É uma quebradeira musical tão, mas tão intensa, que o pessoal dança, canta, grita, chama ele de gostoso e joga as calcinhas no palco.


Todo o álbum foi gravado em um tape só, dividindo as músicas naquele esquema de termina e já começa a outra emendando, no melhor estilo Dark Side Of The Moon. Com certeza é um dos melhores ao vivos que conheço. Dá pra sentir na música a presença que B.B. King exerce sobre tudo. Sua voz e guitarra guiam a música de N maneiras diferentes, tornando-a um groove carregado de paixão ou uma quebradeira com a guitarra encharcada de drive de um amplificador valvulado gigante. Se eu for pra separar algumas músicas, com certeza tenho que separar "Sweet Little Angel", que é uma canção tradicional do blues que ficou famosa na voz de B.B. King em 1956.

Separo também "It's My Own Fault", carregadíssima nos gritos de King. Tem um dos solos mais violentos de todo o disco também! Uma das linhas mais marcantes fica em "How Blue Can You Get?":





 I gave you a brand new Ford

and you just said I want a Cadillac

bought you a ten dollar dinner

let you live in my penthouse

You said it was just a shack

I gave you seven children

and now you wanna give 'em back


A platéia pira tanto na última frase que quase não dá pra ouvir mais a voz nem os instrumentos de tanta gritaria, haha. Quando a música acaba, temos uma surpresa pois já começa a tocar "Please Love Me", quebrando no ritmo mais veloz de todo o álbum. Por último mas não menos importante, destaco "Worry Worry" com seus quase seis minutos e meio de um blues cantado no falsete vindo da alma do B.B. King, porque não tem explicação pra o timbre que esse cara tira ao vivo com a voz dele.




Ouçam essa delícia e agradeçam ao Tito por ter me relembrado dessa beleza de álbum :D


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