sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cream - Wheels of Fire


Blues Rock | Psicodélico | Clássico | Clapton é Deus

Disco 1:
1 - White Room
2 - Sitting on Top of the World
3 - Passing the Time
4 - As You Said
5 - Pressed Rat and Warthog
6 - Politician
7 - Those Were the Days
8 - Born Under a Bad Sign
9 - Deserted Cities of the Heart

Disco 2:
1 - Crossroads
2 - Spoonful
3 - Traintime
4 - Toad


     Olá taverneiros! Eis aqui nos encontrando novamente. Como vão vocês? Tô na correria daquela deliciosa semana de provas na faculdade, centenas de textos pra ler, etc. Arranjei um tempinho e vim deixar vocês por dentro do que está rolando. Estou upando TODOS os álbuns já resenhados aqui na Taverna lá no MEGA (antigo megaupload). O servidor parece muito bom e cabe 50GB pra membros gratuitos, então vai conseguir suportar por muito tempo a Taverna. O processo é lento, mas já estou acabando e acho que até semana que vem todos os links vão estar positivos, operantes e estáveis. Darei notícias! Além disso, comprarei meu baixo semana que vem e vou migrar um pouco da guitarra para ele pelo amor ao Funk, hehe.  Qualquer produção que a gente fizer na banda de funk que comentei com vocês, postarei aqui para críticas dos leitores mais criteriosos deste blog.

     De um, dois mêses pra cá, mais ou menos, eu e o Tito (que voltará a postar aqui também!) entramos numa onda de Cream indescritível. A gente se encontrava e colocava o LP desse disco pra tocar na vitrola da Budweiser que ele tem lá na república. Só conseguimos ouvir isso desde então, o que é muito engraçado porque eu não conhecia NADA do Cream, realmente NADICA. O conhecimento que eu tinha sobre Eric Clapton foi daquelas coisas que ele fez a partir dos anos 80 que, na minha opinião, é lixo sonoro. Pouquíssimas seleções da produção dele nessa época são boas. Esse pré-conceito que tive dele me fez não detestar, mas simplesmente não ter vontade de conhecer e escutar com cuidado. Nunca fiquei tão feliz de estar errado.



     Do Cream só conhecia mesmo o primeiro disco, Fresh Cream, que não é lá um dos melhores álbuns dos anos 60, mas é divertido, tem um ritmo gostoso, mas parava por ai para mim. Eis que então eu ouço o segundo disco do Wheels Of Fire, que é todo gravado ao vivo, aonde Crossroads tem uma das quebradeiras mais insanas e calculadas que eu já ouvi em toda a minha vida. Minha mente literalmente explodiu. Foi uma revelação deliciosa e com poucos precedentes. Foi como deixar algo passar em branco por toda a vida e descobrir, quase que por querer, anos depois, só pra alegrar sua semana. Depois disso, fui atrás de uma escavação completa sobre o Cream, suas raízes e precedentes históricos de cada integrante desse super-trio que inaugurou a cena do rock da década de 60 de uma maneira cremosa e, claro, inteiramente improvisada.


     Eric Clapton entrou nos Yardbirds em 63. Ficou lá até 65, quando a banda tava mudando a direção do seu som mais para o pop, o que desagradou Clapton, que era muito fiel às suas raízes do blues. Posteriormente, Jeff Beck e Jimmy Page foram tocar nos Yardbirds. Após sair da banda, Clapton entrou para a John Mayall & The Bluesbreakers, aonde pôde desembolar seu estilo único, agressivo e travadão. Ficou famoso por toda a Inglaterra por sua guitarra, ganhando a alcunha de melhor guitarrista de blues do país, levando até um fã a criar a clássica pixação "Clapton is God" na parede de uma estação de metrô, cuja qual logo se espalhou por toda a cidade. Ele largou a John Mayall em 66, querendo montar um grupo com mais liberdade para sua virtuosidade e para a experimentação.



     Clapton encontrou Ginger Baker, que na época tocava na Graham Bond Organization, que também tinha Jack Bruce no baixo. Baker se sentia muito sufocado tocando na GBO, também com a ideia de montar um novo grupo. Então Baker foi ver Clapton tocar em um show da John Mayall. Depois do show Baker deu uma carona pra ele e os dois foram trocando a ideia sobre a criação de uma banda, já que os dois estavam impressionados com a habilidade um do outro. Clapton convidou Baker  pra se juntar na banda nova que ele estava pensando em montar. Ele aceitou na hora, só que com a condição de que Jack Bruce fosse o baixista . Reza a lenda que Baker quase bateu o carro ao ouvir o pedido. O que Clapton não sabia era que Bruce e Baker tinham um histórico de desentendimentos bem grande, quase caindo na porrada, incluindo sabotagem dos instrumentos um do outro, brigas no palco, etc. Porém eles resolveram colocar as brigas de lado para que o projeto novo de Baker, Bruce e Clapton saísse do mundo das ideias e finalmente fosse posto em prática.

      Cream foi o nome escolhido, porque o trio já era considerado o  "creme da cobertura" dos músicos de jazz e blues da Inglaterra. Bruce, além de ser um notório baixista de jazz, tinha um vocal agressivo e pesado, perfeito para os blues que o trio tinha em mente, além de ser um dos baixistas mais virtuosos que já pisaram nesse planeta. Além disso, Jack Bruce também DESTRÓI na gaita e tem um conhecimento mais do que notável no violoncelo, violino e piano. Clapton também canta em algumas músicas e faz back-vocals, só que ele é tímido demais e fica mais travado ainda ao vivo por causa da quantidade de drogas que ele tomava para os shows. A participação dele no show é de um espectro divino, imóvel e em sua viagem psicodélica própria, deslizando os dedos pela guitarra e fazendo a mágica acontecer.


Clapton: tão chapado que não consegue controlar sua mandíbula nem acompanhar o playback.

     Wheels Of Fire veio em 1968, é o terceiro álbum de estúdio deles e posterior ao Disraeli Gears, de 67, que deslanchou Cream com grande sucesso. Wheels Of Fire foi lançado como Vinil duplo, sendo o segundo disco apenas apresentações ao vivo do Cream. É um disco com altos e baixos, com a guitarra de Clapton cortando todo o espaço em que não há a voz de Bruce cantando em seu timbre agressivo. O álbum abre com White Room, que é uma paulera de groove, com um meio que dueto entre a voz de Jack e a guitarra de Clapton. Seguindo com uma versão do famoso e antigo blues, Sitting on Top of the World, com a pitada dos gritos sonoros da Les Paul de Clapton. Separo também Pressed Rat and Warthog, que é cantada, ou digo, quase que falada, por Ginger Baker, tendo uma levada tranquila, com uns trompetes e flautas, até o fim da música, aonde a guitarra EXPLODE do nada junto com a bateria e o baixo.

     Politician não tem uma das harmonias preferidas minhas, mas tem, com certeza, um dos melhores solos do disco. Um solo duplo, na verdade, com as guitarras sobrepostas uma em cima da outra, levando a um clímax sonoro indescritível, sublime da maestria de Clapton. Born Under a Bad Sign é, sem sombra de dúvida, a música mais badass do disco, mas tem uma levada tranquila e constante, um groove delicioso pra se ouvir viajando. Pra finalizar, separo a última música do disco, Deserted Cities of the Heart, que abriga o solo mais destruidor de todo o disco. Um solo cheio, recheado de tremolos e uma agressividade que nunca vi em outro guitarrista. Só ouvindo mesmo.




     O Disco 2 não vou escrever sobre ele não... Quero só que ouçam Crossroads e deliciem-se com a poderosidade do improviso do trio inteiro. Quem tiver interessado, deem uma olhada no DVD que existe do Farewell Concert, que eles tocaram no Albert Hall em  novembro de 1968, que tem em qualidade excelente no youtube e mostra com perfeição a atuação do Cream ao vivo, com as improvisações de dez minutos que viajam de influências do jazz até o blues mais puro que existe. Aqui, Sunshine Of Yout Love nesse show: http://www.youtube.com/watch?v=pwDo0JUeKqM

     Espero que aproveitem e não deixem de ouvir o disco com cuidado e com o volume bem alto. Deixem a guitarra de Clapton entrar cremosamente pelos tímpanos, sendo guiada pelo baixo de Jack Bruce ao ritmo da bateria paulateira de Baker. Até mais!

Download - 161MB

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sobre os links quebrados...

Opa gente, tranquilidade?
Nesse fim de semana vou upar todos os álbuns para uma conta que vou fazer no Mega e repostar os links aqui pra geral, inclusive dos posts novos. Farei isso para que eu fique sabendo rapidamente quando os links ficarem fora do ar. Uparei os álbuns sem os nomes das bandas para evitar que rastreiem o arquivo e deletem ele sem minha permissão, tudo bem?

No mais, bom som a todos!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sleepy Sun - Fever


Psicodélico | Experimental | Post Rock | Folk | Jefferson Airplane + Led + Ácido


1 - Marina
2 - Rigamaroo
3 - Wild Machines
4 - Ooh Boy
5 - Acid Love
6 - Desert God
7 - Open Eyes
8 - Freedom Line
9 -Sandstorm Woman


      Olá taverneiros! Quanto tempo, não? Foi um puta ano, sem sombra de dúvidas. O ano que mais cresci musicalmente, sem sombra de dúvidas. Peço desculpas pela ausência por tantos e tantos meses, mas a experiência da vida foi intensa e, digamos, exageradamente agradável. Eis um resumo: saí da casa da minha mãe em julho do ano passado e fui morar em uma república com vários amigos meus. Morei la por uns seis, sete meses, criei dois gatos, descobri bandas incríveis e consegui um puta repertório para apresentar nessa volta ao blog. Agradeço a uma moça (se estiver lendo, Gabi, obrigado!) por me reanimar a voltar com a taverna. Eis aqui então, vamos la?

      A uns meses eu e mais dois amigos tivemos a intensa ideia de montar uma banda de funk (depois contarei mais sobre isso, hehe) e um deles me apresentou um cara aqui de Belo Horizonte que iria cantar com a gente. Além de todas as viagens musicais que tivemos e as ideias incríveis que conversamos, esse cara, Paco é o nome dele, me mandou o link de um show dessa banda ai, Sleepy Sun. Curiosamente eu vi tudo de uma vez. 41 minutos de show que me deixaram surpreso de uma maneira que pouquíssimas bandas me deixaram. Um jogo de luzes incrível, um repertório alucinante, a guitarra com aqueles delays absurdos que me lembram um solo do Gilmour, sem contar a voz indescritível da vocalista, que tem um alcance muito, muito grande. Se tiverem paciência, este é o show:




      O show foi em Amsterdã, pra surpresa geral, haha. As palas da vocalista já valem a banda inteira, além da voz dela. As músicas tem uma carregada lenta que disparam em uns vocais rasgados em conjunto com uma guitarra embebida de fuzz, quebrando junto com a bateria pesada. Nesse show não tocaram nenhuma das músicas acústicas que tem em Fever, que não são piores que essas quebradeiras ao vivo, porém, sim, tem uma pegada característica de Fleet Foxes e Jefferson Airplane.  O mais incrível são as jams e improvisações que rolam no meio do palco, no meio do show, naquele melhor estilo do Cream (que também é conteúdo pros próximos posts) de improvisar: acabando o refrão e aí só para o improviso quando cansar mesmo.

      Sleepy Sun é uma banda de San Francisco, na Califórnia. Nasceu em 2008 e lançou o primeiro álbum deles, Embrace, no ano seguinte. Um puta disco também, mas foi em 2010 que a produção deles floresceu nesse disco aqui, Fever. Os vocais são divididos entre Brat Constantino, o vocalista com bigodinho hipster, e Rachel Fannan, que tem um timbre muito interessante (parece com a vocalista de Jennifer Lo-Fi, banda paulista) e um alcance vocal absurdo, uns líricos bem altos. Infelizmente ela saiu da banda depois da gravação desse álbum, em 2010, por desentendimentos com os outros integrantes da banda.



      Duas guitarras, uma mais base e a outra recheada de delays e fuzzes e tremolos, que viaja nas linhas sólidas pelo baixo, segurando todo o ritmo e melodia pro resto do grupo. O vocalista bigodudo também tem as manhãs na gaita, muito presente no disco de 2010. Além disso, lançaram no ano passado Spine Hits, disco já sem a participação da Rachel Fannan, cujo o qual nem escutei ainda porque, na moral mesmo, a vocalista é que era a imagem da banda. Me limitei a assistir uns shows deles a partir da saída da moça e meu julgamento foi bem correto: faltou um pedaço no palco sem Fannan nos vocais. Contudo, Rachel partiu para alguns projetos solos que são até bem interessantes, quem quiser dar uma olhada no tumblr, tem várias atualizações de composições e gravações dela (http://rachelfannan.tumblr.com/).


      Fever é um disco completo. Tem do blues ao post rock e do folk ao improviso total. É uma bela mistura de gaitas, um baixo com uma linha sólida, constante, propensa à viagem instrumental da guitarra e das vozes. Comentei várias vezes com uns amigos sobre como que as músicas desse disco são fritações constantes em notas repetidas. Pode parecer estranho, mas quando a música retoma seu caminho ao fim da repetição, é uma sensação prazerosa. Dou atenção pra Marina, primeira faixa do disco, que começa com uma guitarra bezuntada em fuzz, que leva pra um groove tranquilo, calmo, montanhoso igual Fleet Foxes. O vocal feminino acalma tudo enquanto a guitarra pesada volta e bagunça tudo. E quando você pensa que não, entra uma gaita.




      Dou atenção também às quatro últimas faixas do álbum, que ouvi com muito cuidado dezenas de vezes e viajei, literalmente, em todas as vezes. Desert God é impossível. Começa com uma carregada tranquila e grave, guiada pela guitarra bem limpa e tambores tocados suavemente. Ouça até 2:42 e juro que é impossível deixar de ouvir o resto, sério. Open Eyes e a última música, Sandstorm Woman, possuem um riff bem parecido, porém um mais rápido e o outro mais lento, sendo que a música que fecha o disco tem quase dez minutos e é recheada de improvisos de gaita e guitarra. 

      Espero que gostem desse retorno, vou ver se consigo postar mais aqui na Taverna, realmente estava com saudades daqui. Não estou estudando mais design, mas larguei o curso e estudo filosofia na UFMG, então devo arranjar um tempo livre pra conseguir manter vocês atualizados e com bandas para conhecer, hehe. O e-mail da taverna foi desativado por falta de uso, então qualquer coisa podem enviar um e-mail para Dolivetro@gmail.com que respondo assim que possível. Em relação aos links pra download e os posts antigos, vou ver se consigo atualizar tudo, mas acho complicado, então devo fazer de pouco em pouco a atualização de links quebrados, fotos deletadas, etc. Aproveitem essa delícia sonora!


Last.fm Sleepy Sun 
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Download | Sleepy Sun - Fever
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