quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cream - Goodbye


Blues | Improviso | Rock N' Roll | Deuses

1 - I'm So Glad
2 - Politician 
3 - Sitting On The Top Of The World
4 - Badge
5 - Doing That Scrapyard Thing
6 - What a Bringdown


     Bommmm diaaa Taverneiros! Já cansei de dar desculpas da falta do que postar, mas finalmente gravei um disco definitivo com um bilhão de músicas (metade é do Cream) e agora consigo ouvir tudo que eu quero enquanto dirijo. Eu não tinha ouvido esse disco dirigindo porque eu não achava link pra baixar, até eu pedir à boa alma do Tito e ele upar panóis. Eis que agora sou uma pessoa feliz, ouvindo meu Cream e furando alguns sinais vermelhos. Falando em pessoa feliz, o nosso som tá cada vez mais legal. O Tito comprou um gravador de ambiente top de linha e agora a gente tá gravando todos os nossos ensaios, inclusive uparei aqui alguma coisa de nosso ensaio de domingo passado pra vocês conferirem. O som tá bem legal, a gente tá conseguindo trocar de instrumentos pra fazer improvisos: eu vou pra guitarra, o vocal vai pro baixo, o teclado vai pra batera, o batera (Tito) vai pra gaita (o microfone que ele comprou é só MUITO DOIDERA FI) e assim a coisa vai andando. O negócio mesmo é improvisar. E é por isso que tô aqui hoje resenhando o último disco do Cream, o melhor exemplo de improviso que vocês vão encontrar na vida.

     Como vocês já sabem do Cream nos últimos posts, a banda teve uma duração relativamente pequena. Para a habilidade dos músicos, individual e em conjunto, e o sucesso que tiveram, a banda poderia ter durado beeem mais. Mas com a crescente disputa pessoal e musical entre Ginger Baker e Jack Bruce, a situação estava se tornando insuportável. Clapton dizia que às vezes ele parava de tocar durante os shows e os outros dois estavam tão imersos disputando o som entre eles que nem percebiam que Eric tinha parado de tocar. Além disso, todo mundo tava ficando surdo. Cream foi uma banda criada com o propósito de tocar em estádios e lugares muito grandes. Não existia a tecnologia de suporte para o som, então os únicos amplificadores eram aquelas parede de Marshalls e Fenders cobrindo todo o palco. Ginger diz que Cream prejudicou sua audição em um nível sem precedentes e até hoje Clapton sofre uma ligeira surdez devido aos anos de quebradeira com Jack e Ginger.



     O disco tem apenas seis faixas, sendo que foi lançado em 1969, depois que o Cream já tinha terminado. Três das faixas são gravações inéditas do Cream não lançadas antes e as três primeiras foram gravadas ao vivo, só pra dar aquela amostra de improviso clássico deles. Em minha humilde opinião, essa versão de "I'm So Glad" é perfeita. Os caras tocam menos de um minuto e meio da música e já cai num improviso de seis minutos. É genial. Depois vem a clássica "Politician", com um solo violentíssimo de Clapton. A última faixa ao vivo é "Sitting On The Top Of The World" aonde o o baixo sai ESTOURANDO nos graves. É incrível como Bruce tira um timbre tão estourado de um baixo em 1968. As outras três faixas são as inéditas de estúdio. "Badge" você já pode ter ouvido, ficou bem famosa na voz do Clapton depois do Cream. "What a Bringdown" é uma música bem interessante. Dá pra ver um influência do que seria o Blind Faith nessa faixa (que foi lançada já durante o Blind Faith).

     Eu ando ouvindo só Cream, confesso. Todos os meus amigos que não são músicos não conseguem entender a pala que Cream é, porque quando você sabe quanto é difícil, musicalmente falando, eles fazerem o que você tá ouvindo, a gente desacredita e toda vez que ouve acha mais incrível. Ainda mais eu, começando a tocar baixo a alguns meses, conheço o baixo do Jack Bruce... É como se me escondessem uma verdade por toda a minha vida e hoje eu sei que o baixo é um instrumento MUUIIIIITOOOO mais dinâmico no processo do improviso. Assim como na bateria e guitarra, o baixo entra na construção da harmonia e, ao mesmo tempo, nas linhas do improviso. É por isso que o timbre de Bruce é muito mais identificável do que a maioria dos outros baixista: aparecer em 1966 com um rock n' roll tão pesado no baixo era demais pra época. E confesso que eu me apaixonei por esse disco por causa da primeira música, aonde o baixo tem um timbre, cara... um timbre inexplicável.

 


     Vou tentar postar mais aqui mas confesso que tá difícil. Todo o tempo livre que tenho é pro contra-baixo, mas se eu achar alguma coisa que me coloque no ânimo de postar aqui, postarei. O problema é que já postei todos os do Cream e agora tenho que descobrir uma nova pala musical, HAHA. Espero que tenham gostado de todos (ou pelo menos de um) disco deles. Ouçam o fim do Cream e me digam se não foi genial do início até o último momento, haha. Baixem e ouçam! Abraços!

Download

*Update (15/11)
A gente gravou algumas coisas no nosso último ensaio, só que não configuramos o microfone e o som estourou um pouco. Dei uma arrumadinha mas pelo menos da pra vocês conhecem um pouquinho da ideia, hehe. Na gaita arrastadíssima tá o Breno (Dot), guitarra da banda, na batera tá o próprio Tito, nos teclados é o monstro do Juliano e eu mesmo no baixo. Espero que gostem, hehe.




E nesse aqui é Tito na gaita, eu na guitarra, Juliano na batera e Paco no baixo.