Psicodélico | Experimental | Brazilian | GÊNIO
1 - I fell in love one day
2 - O Sol
3 - Bomba H sobre São Paulo
4 - Hoje de manhã eu acordei
5 - Jesus, come back to earth
6 - The Cowboy
7 - Sitting on the road side
8 - Ciborg
9 - Corta Jaca
10 - Coming through the waves of science
11 - Young blood
12 - Train
13 - Balada do louco
Vejo Arnaldo como um gênio que nosso país teve e foi desfalcado por, infelizmente, grandes e seguidas catástrofes. O revolucionário som feito pelos Mutantes era composto, basicamente por ele e seu irmão mais novo, Sérgio Dias, e deixando de ser imparcial: não apenas pela grandiosidade da mente de Arnaldo mas por várias coisas, toda a imagem dos Mutantes ia para a propaganda que era Rita Lee. Esse é apenas o começo para um asco que tenho pra com essa mulher.
A maioria das composições do psicodelismo feito pelos três era construída essencialmente por Arnaldo, inclusive os arranjos instrumentais, já que era um excelente pianista, baixista e compositor. Casou-se com Rita ainda na época do grupo e tudo parecia mil maravilhas. Até que durante uma turnê na Europa, Arnaldo e Sérgio se envolveram com o rock progressivo (e o LSD) e após a volta, Rita Lee saiu da banda pois, segundo os dois, não possuía virtuosidade suficiente para tocar, dando fim, também, ao casamento com Arnaldo, sendo que até hoje as causas do término do relacionamento são muito contraditórias e imprecisas. Em 73, Arnaldo saia dos Mutantes.
Durante muito tempo Arnaldo sofreu uma intensa depressão e vício pelo LSD, passando por um péssimo tempo como produtor musical, o que o motiva a tentar a carreira solo. Em 74 ele lança Lóki?, considerado um dos melhores discos nacionais e seu melhor trabalho. O problema de Loki? era sua relação intensa com o término dos Mutantes e a construção do disco por, praticamente, somente ele.
Em 77, recebe um convite de seu irmão para remontar os Mutantes, mas recusa e forma o Patrulha do Espaço, que durou apenas um ano, se mostrando mais um insucesso na sua vida. Um longo período de tempo Arnaldo se submerge nas drogas e tem uma iluminação criativa em 81, começando a gravar o Singin' Alone, que é lançado em 1982. No mesmo ano, como em outras cinco oportunidades, Arnaldo é internado numa clínica psiquiátrica e, devido sua agressividade pela falta de drogas e pelo aprisionamento, tenta suicídio pulando do terceiro andar do prédio no dia do reveillon, fraturando a base do crânio. Um acidente que deixou sequelas na sua vida até hoje e comprometeu, em muito, sua capacidade musical. Ele ficou mais de quatro meses em coma, acordou milagrosamente e andou a pé até sua casa...
Esse disco é simplesmente um "Loki? 2", uma última recordação da capacidade criativa de Arnaldo, mostrando e vomitando todas suas mágoas, dores e decepções em uma viagem musical muito difícil de entender e fora de padrões de compreensão. Coisa de louco. Um disco genial, totalmente arranjado por ele, com letras incríveis, depressivas e fortemente marcada pelas cicatrizes que ficaram ao longo de nove anos passados do término dos Mutantes. Definições para esse disco seria: Absoluto e lindo, somente isso e nada mais. O reflexo de uma vida nada fácil misturada com a mente de um gênio perturbado. Lembrando também que todos os instrumentos tocados em todo o disco, exceto na última faixa, são tocados somente por ele, mostrando o exímio instrumentista que era.
Cada faixa melhor que a outra, algumas dançantes, outras calmas enquanto existem algumas psicodélicas. Arranjos belíssimos de piano e apenas composições dele, simplesmente uma passagem de sentimentos em palavras em faixas como "I fell in love one day", solenemente acompanhada pelo piano e pela singela voz (quando consegue) de Arnaldo em inglês. "O Sol" é uma viagem psicodélica, acompanhada pelo orgão e uma letra intrigante, seguida por suaves "ba-ba-tchuba ba-ba-tchuba yeah". O troféu do disco fica, em minha opinião, nas mãos de "Bomba H sobre São Paulo", uma das músicas mais lindas que já ouvi. Cristais daqueles que colocamos na porta de casa tocados durante a música, guiada basicamente pelo dedilhado da guitarra e uma das letras mais tocantes que já vi, singela e linda. Só ouvindo mesmo para falar.
As mais animadas ficam com a excelente "Train", ritmo incrível e cantada ora em português, ora em inglês. A psicodelíssima "Ciborg", uma das músicas com a letra mais intrigante de todas, relacionando uma carona num carro com "espirais da elipse curta do abismo material", como ele mesmo diz, haha! Um excelente remake de "Balada do louco", também composta por ele e adicionada ao disco em uma revisão posterior. Clássica! Sem contar as incríveis outras faixas que você tirará sua conclusão apenas ouvido.
Bem, eis um disco importantíssimo para quem quer conhecer o melhor do psicodelismo nacional que, apesar de ter perdido força na década de oitenta, continua sendo um marco na história musical brasileira. É um trabalho de difícil digestão e que deve ser ouvido com calma para se entender as entrelinhas das composições e conseguir compreender a verdadeira mensagem por esse mestre que é Arnaldo. Bom proveito!
Download - 55MB
1 - I fell in love one day
2 - O Sol
3 - Bomba H sobre São Paulo
4 - Hoje de manhã eu acordei
5 - Jesus, come back to earth
6 - The Cowboy
7 - Sitting on the road side
8 - Ciborg
9 - Corta Jaca
10 - Coming through the waves of science
11 - Young blood
12 - Train
13 - Balada do louco
Vejo Arnaldo como um gênio que nosso país teve e foi desfalcado por, infelizmente, grandes e seguidas catástrofes. O revolucionário som feito pelos Mutantes era composto, basicamente por ele e seu irmão mais novo, Sérgio Dias, e deixando de ser imparcial: não apenas pela grandiosidade da mente de Arnaldo mas por várias coisas, toda a imagem dos Mutantes ia para a propaganda que era Rita Lee. Esse é apenas o começo para um asco que tenho pra com essa mulher.
A maioria das composições do psicodelismo feito pelos três era construída essencialmente por Arnaldo, inclusive os arranjos instrumentais, já que era um excelente pianista, baixista e compositor. Casou-se com Rita ainda na época do grupo e tudo parecia mil maravilhas. Até que durante uma turnê na Europa, Arnaldo e Sérgio se envolveram com o rock progressivo (e o LSD) e após a volta, Rita Lee saiu da banda pois, segundo os dois, não possuía virtuosidade suficiente para tocar, dando fim, também, ao casamento com Arnaldo, sendo que até hoje as causas do término do relacionamento são muito contraditórias e imprecisas. Em 73, Arnaldo saia dos Mutantes.
Durante muito tempo Arnaldo sofreu uma intensa depressão e vício pelo LSD, passando por um péssimo tempo como produtor musical, o que o motiva a tentar a carreira solo. Em 74 ele lança Lóki?, considerado um dos melhores discos nacionais e seu melhor trabalho. O problema de Loki? era sua relação intensa com o término dos Mutantes e a construção do disco por, praticamente, somente ele.
Em 77, recebe um convite de seu irmão para remontar os Mutantes, mas recusa e forma o Patrulha do Espaço, que durou apenas um ano, se mostrando mais um insucesso na sua vida. Um longo período de tempo Arnaldo se submerge nas drogas e tem uma iluminação criativa em 81, começando a gravar o Singin' Alone, que é lançado em 1982. No mesmo ano, como em outras cinco oportunidades, Arnaldo é internado numa clínica psiquiátrica e, devido sua agressividade pela falta de drogas e pelo aprisionamento, tenta suicídio pulando do terceiro andar do prédio no dia do reveillon, fraturando a base do crânio. Um acidente que deixou sequelas na sua vida até hoje e comprometeu, em muito, sua capacidade musical. Ele ficou mais de quatro meses em coma, acordou milagrosamente e andou a pé até sua casa...
Esse disco é simplesmente um "Loki? 2", uma última recordação da capacidade criativa de Arnaldo, mostrando e vomitando todas suas mágoas, dores e decepções em uma viagem musical muito difícil de entender e fora de padrões de compreensão. Coisa de louco. Um disco genial, totalmente arranjado por ele, com letras incríveis, depressivas e fortemente marcada pelas cicatrizes que ficaram ao longo de nove anos passados do término dos Mutantes. Definições para esse disco seria: Absoluto e lindo, somente isso e nada mais. O reflexo de uma vida nada fácil misturada com a mente de um gênio perturbado. Lembrando também que todos os instrumentos tocados em todo o disco, exceto na última faixa, são tocados somente por ele, mostrando o exímio instrumentista que era.
Cada faixa melhor que a outra, algumas dançantes, outras calmas enquanto existem algumas psicodélicas. Arranjos belíssimos de piano e apenas composições dele, simplesmente uma passagem de sentimentos em palavras em faixas como "I fell in love one day", solenemente acompanhada pelo piano e pela singela voz (quando consegue) de Arnaldo em inglês. "O Sol" é uma viagem psicodélica, acompanhada pelo orgão e uma letra intrigante, seguida por suaves "ba-ba-tchuba ba-ba-tchuba yeah". O troféu do disco fica, em minha opinião, nas mãos de "Bomba H sobre São Paulo", uma das músicas mais lindas que já ouvi. Cristais daqueles que colocamos na porta de casa tocados durante a música, guiada basicamente pelo dedilhado da guitarra e uma das letras mais tocantes que já vi, singela e linda. Só ouvindo mesmo para falar.
As mais animadas ficam com a excelente "Train", ritmo incrível e cantada ora em português, ora em inglês. A psicodelíssima "Ciborg", uma das músicas com a letra mais intrigante de todas, relacionando uma carona num carro com "espirais da elipse curta do abismo material", como ele mesmo diz, haha! Um excelente remake de "Balada do louco", também composta por ele e adicionada ao disco em uma revisão posterior. Clássica! Sem contar as incríveis outras faixas que você tirará sua conclusão apenas ouvido.
Bem, eis um disco importantíssimo para quem quer conhecer o melhor do psicodelismo nacional que, apesar de ter perdido força na década de oitenta, continua sendo um marco na história musical brasileira. É um trabalho de difícil digestão e que deve ser ouvido com calma para se entender as entrelinhas das composições e conseguir compreender a verdadeira mensagem por esse mestre que é Arnaldo. Bom proveito!
Download - 55MB
Exelent materia, realmente o cara é foda, pena ter caido no esquecimeto, sua historia é uma lição de vida
ResponderExcluirConcordo com tudo o que está escrito na matéria, exceto pelo fato de que gosto do trabalho de Rita Lee até antes de Saúde. Arnaldo é mesmo um gênio e esse álbum, pelo que creio, infelizmente não está em catálogo. Conheço todas as músicas e preciso tê-lo. Até que Arnaldo não caiu tanto assim no esquecimento, pois o filme Loki é um grande tributo à sua genialidade. Ainda há pessoas de bom senso neste país, que sabem reconhecer um talento verdadeiro, como é o caso de Arnaldo Baptista.
ResponderExcluir